O que é a ansiedade?
Em 2018 a Organização Mundial de Saúde, OMS, publicou um estudo onde mostra o aumento da prevalência do transtorno de ansiedade (TA) no mundo todo afetando 3,6% da população mundial. No continente americano, afeta 5,6% da população com destaque para o Brasil que tem 9,3% da sua população sofrendo de ansiedade colocando-o em um lugar de destaque.
Outros estudos também abordam o crescente aumento da prevalência do TA em trabalhadores sendo a competitividade uma das causas e o medo do desemprego. Isso tem sido uma das maiores causas de afastamento dos trabalhadores e auxílio-doença principalmente no Brasil.
Ansiedade é um sentimento de medo vago e desagradável que se manifesta com um desconforto ou tensão decorrente de uma antecipação do perigo, de algo desconhecido.
Todos nós em algum momento sentimos ansiedade e isso é perfeitamente normal, vem como uma resposta a determinados eventos estressantes. Fique atento a determinados sinais de ansiedade como:
- . Medos irreais que provocam limitação no seu dia-a-dia
- . Sofrimento por antecipação por algo que não aconteceu
- . Incoerência entre sentimentos e razão
- . Preocupação com o julgamento dos outros sobre si próprio
- . Sensação de vulnerabilidade a ponto de evitar pessoas ou locais
- . Alteração do sono (insônia ou acorda várias vezes)
- . Confusão mental
- . Apatia
- . Dores no corpo
- . Dificuldade em desacelerar
- . Apresenta pensamentos repetitivos
Porém quando esses sintomas tomam proporções maiores do que os eventos que os desencadearam e começam efetivamente a interferir na tua vida, pode ser um sinal de transtorno de ansiedade (TA).
Se você apresentar preocupação excessiva, desproporcional a eventos cotidianos considerados normais, causando preocupação constante que perdure por tempo aproximado de 6 meses de forma incontrolável prejudicando a sua capacidade de desempenhar suas atividades e concentração, pode caracterizar um sintoma de TA.
Vale ressaltar aqui que existem alguns padrões de depressão/ansiedade e os sintomas a cima descritos podem variar.
1 – Causada por deficiência absoluta de serotonina (distúrbio serotonérgicos) apresentando sintomas de:
- muita angústia
- sensação de aperto no peito
- perda do controle (dos impulsos)
- auto agressividade ou para com os outros
- insônia grave
- dificuldade de conciliar o sono
- ideias suicidas
2- Causada por deficiência relativa de serotonina diante de outros neurotransmissores (catecolaminas), causando:
- ansiedade
- cansaço e dores que pioram ao final da tarde
- vontade de comer doce ou hidratos de carbono ao final da tarde
- pode apresentar padrão de sono superficial com várias interrupções noturnas.
3- Causada por excesso de serotonina ou estimulação dos receptores serotonérgicos tipo 5HT2, causando:
- ansiedade mais severa onde a pessoa fica em permanente estado de alerta e com uma sensação de não poder relaxar.
- falta de apetite
- pode levar a intolerância alimentar o que normalmente leva a um emagrecimento severo
- ideias pessimistas com presença de medo e insegurança relacionadas ao futuro.
- insônia após despertar no meio da noite (período de agravamento dos sintomas).
- como a melatonina e a serotonina se relacionam, pode haver diferença no padrão do sono dependendo dessa relação (proporção ).
A forma como você percebe os eventos em sua vida determinam o nível do impacto que causam, normalmente estão atrelados a crenças que te dão uma percepção da realidade por um determinado ponto de vista o que causa estresse. Esse é um ponto importante, pois vários estudos científicos apontam para a influencia do nosso intestino nos processos psicológicos uma vez que a partir dos estudos do microbioma humano, descobriu-se o eixo cérebro-intestino com muita influência do intestino sobre o cérebro em uma relação de 9 para 1 (9 estímulos do intestino para o cérebro para 1 estímulo do cérebro para o intestino).
Neste caso, o impacto do estresse afeta diretamente a microbiota intestinal levando a um desequilíbrio na flora, alterando a produção dos neurotransmissores e muitas vezes, danificando as suas paredes tornando-se permeável.
Um transtorno de ansiedade pode ser debilitante, mas podem ser geridos com a ajuda adequada de profissionais que tenham um olhar integrativo para o ser humano. Tratar a parte física equilibrando os hormônios e reestabelecendo a ordem no intestino, reequilibrando a parte energética e trabalhando o emocional. Reconhecer os sintomas é o primeiro passo.